sábado, 22 de fevereiro de 2020

AS VOZES DO PENHASCO - A REENCARNAÇÃO DA DEUSA


Tudo fácil,tudo confuso,tudo absorvido mas nada compreensível pra mim.
Hermetismo,espiritismo,judaísmo,islamismo,catolicismo,budismo,Sikhismo,induísmo.
Todos os ismo...todas as vozes,todos nomes de deus.
As deusas me nutrem,todas, para mim é uma.
Normal anormal, unícero a voz que habita em mim.
Copo cheio,mente cansada,busca incensante...símbolos, magia, rituais, folhas, incensos, ornamentos.
O incessante bater cabeça,orar,meditar elevar,professar,ler as runas,os ossos, as pedras e as estrelas.
Amar o mar, a terra, o vento, o sol, a lua, tudo que há.
Fogo sempre aceso, não pode apagar, nunca apagar, proteger 
o templo, ouvir as profecias, banhar-se 
O livro dos mortos, o cabaliom, o alcorão, a bíblia o código Zoroastrista, a direção, as ondas o código de tudo, a bussola.
Os pergaminhos, os papiros as flores do núbio.
O cocar a coroa, o turbante, quipá, os louros as alfazemas.
Os unguentos os banhos os remédios as latas os vidros o turíbulos a colher o caldeirão, secar, quarar, limpar os mantos as túnicas os saiotes as capas os saris o hafu.
As guias, os cordoes, japamalas, terços, brajás.
Meu cazuá, meu ilê, meu barracão, meu terreiro, meu templo, minha mesquita, minha igreja.
Batizar, ungir, iniciar na lua cheia, deitar, bença, bença, comprimente, silencie, banir, varrer, faça o circulo, apague a vela, acenda o candeeiro, abra a janela.
Sacerdotes, magos, escribas, faraós, pai de santo
Pitonisas, sacerdotisas, bruxas, mestras da jurema, videntes, mães.
O que mais? O que mais? O que mais?
Javé, Jeová, Eloim, Eloah, Olorúm, Olodumarê, Alá, Bhamam,Tupá, Huitzilopochtli ,Deus, Odin.Principio da destruição, o caos.
Pavarti, iabás, Gaia, yamim, Bastet, Deméter, Cerridwen Ishtar, Shekinah, Shakti, Kali, Amateratsu, Isís, Deusa...Principio da construção, a luz.
Princípios ? Quais acessar ? Todos me são princípios da dualidade, do quartenário, da tríade, todos Divinos, todos numéricos dos infinitos.
Certo, errado, sol, lua, pai, mãe, luz, sombras, yin-yang.
O logos e eros,anima e animus qual o Nous disso tudo?
O cordeiro,amarrado pronto pro sacrifício...
Mas e o espirito ? Aquele que é santo, os olhos de Orus, aquele que tudo vê, o gavião ou a pomba, aquele que fala em Odús? Sussurra nas runas, que fala no tarô, que anuncia nos sonhos o eldorado do triunfo divino.
Todos alfas, omegas e betas.
Todos frequência, todos ondas, todos parábolas, todas retas, pra todos que haja um buraco de minhoca, uma exceção, um nada, que também é luz é inicio...um Exu guardião.
Iorubas, ciganos, nagôs, astecas, egípcios, toltecas,vudus, tupinambas, maias, tiahuanaco, tupis-guaranis.
Entre sacrifícios e oferendas os povos do rio vermelho, amarelo, Danúbio...De porto ao porto, do vesuvio as cordilheiras, as praias os campos os desertos as piramides da ilhas de páscoa ao Havaí da misteriosa machu picchu até as fronteiras da muralha da china...de todos os sons, de todos os sinos, atabaques, tambores todos ele me chamam, todos me guiam, todos me orientam, todos me descrevem
Tudo em mim tudo tão nebuloso,enebriado, embriagado, começo a me aterrorizar, déjà-vu, viajem astral, ou interna? Então o grito:
Corte a cabeça !
Levem-na fogueira ! 
Apedreje ! 
Prenda-a na carroça!
Enterre-na !
Apunhale !
Mate ! mate.
Muitas mentes, muitas estorias, muitas lutas, ciclos continuados, nada muda a fé guia, a fé prende, a fé enlouquece, a fé, a fé, a fé.
Força pra lutar, força pra vê alem do véu, da pira de água, vê além e o alem nada, nada,nada.
Quando acabará a roda de Samsara, quando me libertarei desse caos e serei paz,serei luz?
Peço...nem sei mais para quais forças, unicamente penso em ti oh deusa!
Mãe traga meu darma.
Silencie minha mente, me conduza, porque eu não mais consigo caminhar, não sou mais de ninguém e ninguém me pertence, não mais compreendida, não vejo as estações, não leio as estrelas, não me banho ao luar, o fogo apagou os elementos são retirados da terra, o povo do rio não mais o consagra.
O que hoje é consagrado? a que? a quem? sacrilégios, profanação, ilusão fanatismo...como sobreviver ao fim?
"Os iniciados se reconhecerão, unirão forças pra continuar a luta da luz,os anjos voltarão a terra e a mãe sangrará e trará vida aos seus filhos mas não antes das dores do parto".
O que fazer com as profecias? o que fazer com essa mente cheia de por de sol? O que fazer com o chamado? e as vozes? como concentrar e ser a deusa que habita no todo meu ser de eras e eras?
Não vejo saída, do Éden a Sodoma, da Babilônia ao Brasil, do Egito a Africa, da Atlântida a Alemanha, de Sabá a América central...os reis continuam seu legado, de Poseidon a Salomão, de Xangô a Napoleão,dos bons aos opressores... não vejo saída a não ser deixar morrer,pra que ela novamente viva, profético? grandioso? fantasioso? Assim como o ouro que reluz em Roma.
A nova reencarnação da deusa...me leva ao meu seguro penhasco; e é dele que vem a brisa leve que não me deixa enlouquecer, que me acalma e me orienta, o canal sempre está aberto e fluirá sem fim,para todas suas filhas,devo agora apenas senti-lo e compreende-lo, deixar de vagar, concentra...mas como deusa?
Quem será tú nessa nova encarnação? como te reconhecer? traga meus irmãos pra perto me sinto só, solitária e confusa, esteja comigo em mais uma primavera minha.