quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Carta ao humano



Prezado ser humano.
 Escrevo para lhe pedir que reflita sobre quem tú és.
 Você é sagrado e profano é o meio da encruzilhada de oroxoquê.
 É projeto do desejo da ordem em meio ao caos existencial.
 Dizem que tú és poeira cósmica, um amaranhado perfeito de sistemas, uma alma 
que habita a dualidade, para expereciar a matéria.
 Viva a matéria, sinta o vento, o sol a lua as estrelas a chuva e o silêncio, 
o cotidiano da cidade e a natureza que nos conecta. Reze e dance a vontade.
 Portanto reflita e respeite-se, você é todo colorismo, todo gênero e toda 
forma de amar, és arco-iris cósmico de Oxumarê.
 Astei para sua vida a bandeira fûnfû de oxalá, leve afrente o opaxorô de 
oxalufã.
 Como diz Simone de Beauvoir "Que nada nos limite, que nada nos defina, que 
nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é 
ser livre".
 Ah! Meu querido ser humano, clichê perfeito da obra da minha mente 
onipotente. Que surfa na Bruma quântica do ser e não ser, da terceira dimensão.
 Você pode ir além, mas que continue sendo, diversidade, minha pluralidade 
divina.
 Encerro minha singela carta a tí, na esperança de que aqueça os corações 
frios dos que fazem guerra, desequilibram o sistema, corruptos seres que também 
amo.
 A todos seres humanos, sejam livres!

Caos



Sou Exu
Mas também sou pombogira
Sou o meio da encruza de oxoroque.
Sou a maldição bendita de oxoronga
Que desliza piamente nas asas de Pegasus.
Sou a perfeição do ying e yang
Sou a costela de Adão?
Sou o rabo da serpente na constelação escondida.
Sou a cor do olho de horus.
Sou a água que jorrou das lágrimas mimadas de oxum.
Sou o desejo do inefável.
Sou a dor do abismo dos aflitos.
Sou a coroa de espinhos
Sou o ouro de Salomão.
Sou o vento no deserto que busca o segredo do alquimista.
Eu sou e por ser eu não sou, na espuma quântica do bailar da magia.
Eu nunca serei e sempre fui a geometria sagrada.
As diversas formas do amor 
Eu sou a diversa forma de dar a vida
Eu sou a diversa forma do querer facetado da ordem.
Porque eu sou o caos.

O retorno de Mabon



Como contar sobre uma paixão se não estiver vivendo uma?
Não sei se é Fergus, mas vivo uma paixão de Mabon, me chaqualhou e foi ao chão 
as minhas folhas secas.
Adubou minhas terras e está me preparando para o por vir, que não sabemos, 
propõe viver o momento, estou no presente curando os medos do passado, o 
presente é ferida aberta, que deve ser fechada com zelo e carinho.
Nós permitir ao encontro, saborear o beijo e reviver o arrepio que vem lá dos 
tempos do velho salgueiro.
Não sei se é Fergus...mas o medo de me perder, grita nele, fica! Ele diz.
E dentro de mim tento não pensar na hora de partir, tento ir ficando sem 
pensar nesse sentimento de não pertencer a lugar algum e peço a Deus para que 
ele passe pela minha mente apenas como um devaneio.
Me dá ao direito de ser livre como Morgana.
De viver a observar as brumas 
Ser mistério indecifrável.
Ser paixão que impulsiona.
Não sei se é Ferguns.
Só sei que é Mabon... E quero viver uma paixão.
O cuidado que acolhe, o companheirismo que aquece mais que o sol e as cores 
sepsias de Mabon.
O beijo que completa.
A mão que ainda se esconde da bruxa.
Deixe-me ler, guerreiro, bruxo e alquimista.
Templario, maçônico.
Não sei se é Ferguns.
Presente da deusa nesse início de Mabon.
Encontro certo entre a bruxa e o guerreiro.

A Sagrada



Não sou sagrada
Sou profana.
Sou sagrada
Não sou profana.
Sou bruxa.
Sou magia.
Sou o que os outro não querem ver.
Sou o movimento do triskel.
Sou a chama da vida.
Sou o sopro do oráculo.
Sou a maçã envenenada
Sou a santa e a prostituta.
Sou o fio de cabelo de Madalena.
Sou o perfume do azeite.
Sou sagrada para os que desejam.
Sou profana para os que me odeiam
Eu sou a sagrada fonte do profano humano que faz descer os anjos e os 
exércitos e se tornarem terrestres.
Na cama quente de Midgard.
No cerne da mãe sagrada á profanam para serem mágicos, serem luzes na terra 
escura.
Brilha o olhar do anjo.
Brilha o profano no sexo sagrado.
Dá uma lambida no seio farto de Danu.
Eis que somos humanos e gozamos da sagrada profanação de viver.
Sou Exu
Mas também sou pombogira
Sou o Molejo da pele colorida.
Sou o meio da encruza de oxoroque.
Sou a maldição bendita de oxoronga
Que desliza piamente nas asas de Pegasus.
Sou a perfeição do ying e yang, escondido nos pirineus taoistas.
E nas platacões de arroz da antiga china que zelam os segredos do zoroastrismo.
Sou a costela de Adão?
Sou o grito do alcorão.
Sou o fio da navalha, escondia do malandro.
Sou o rabo da serpente na constelação escondida.
Sou a cor do olho de horus
Sou a ira de set.
Sou o guardião da calunga.
Sou a vela que ascende na oração zelosa da mãe.
Sou a água que jorrou das lágrimas mimadas de oxum.
Sou o desejo do inefável.
Sou a dor do abismo dos aflitos.
Sou a coroa de espinhos.
Sou o colo quente das cambindas.
Sou o ouro de Salomão que reluz sabedoria perdida.
Sou o vento no deserto que busca o segredo do alquimista.
Sou a árvore da vida, a cabala, a cabaça, o útero, o graal.
Sou a raiz de do Ogman.
O opaxorô de oxalufã.
A armadura do guerreiro da estrela guia.
Sou o arco-íris de Oxumarê depois da chuva de nanã 
As runas que sussurram o sagrado buzios na peneira de orumilá.
Sou as mãos da benzedeira, a cruzar três vezes meu corpo na Bahia de todos.
Sou o suor da criança e a fome de caltutá que grita no ouvido do muro de 
Jerusalém.
Sou a eterna guerra fria, nos corações quentes dos coronéis de vários templos 
e tempos.
Sou o baralho puido da cigana que canta os desamores dos poetas boêmios.
E dizem adeus de suas caroças e levantam a poeira da ilusão.
Sou a sibila embriagada no templo de pítia.
Sou o orvalho de bhá que resoa na radiônica.
Frequência cósmica da criação do pensar.
Eu sou e por ser eu não sou, na espuma quântica do bailar da magia.
Eu nunca serei e sempre fui a geometria sagrada.
Eu sou o santíssimo perdido com a arca da aliança.
Sou as apetitosas maças de Avalon engolidas pelas brumas.
 Eu sou as diversas formas do amor e da vida.
Sou o esperma campeão coroado com louros gregos da vitória infâmia, sou a 
regeneração, a evolução hipócrita de Darvin.
Eu sou a diversa forma do querer facetado da ordem.
Sou a justiça no tribunal de xangô na tribuna de netuno, o atalho entre os 
sete mares.
Sou a porta que se abre nos plantões dos hopisitais brancos. E sem pulso.
Sou a liberdade básica das favelas, cortiços e guetos que fazem cultura na 
contra cultura de ser.
O "che" invisível o índio banido.
Sou as sete linhas sagradas da umbanda a fazerem estórias no solo 
preconceituoso.
Sou o cangaço rebelde que vive no cerne.
Sou Mandela e a paz conquistada?
Porque eu sou o caos e a serenidade.
Eu sou a sagrada.
Eu sou a profana.
Entre o sagrado e o profano eu sou a diversidade chamada humano.

Liberdade



Existe liberdades falsas.
Existem sensações falsas.
Existem relações falsas.
Existe falsidades.
Só a flor do ipê amarelo que desacopra da veia materna é capaz de ser 
verdadeira.
Vajam só o canário canta para eu passar.
Ele me repete uma ladainha singular: cuidado garota existe liberdades falsas.
O pensar é livre? Mas se o for não importa ele também pode ser falso.
A verdade não existe.
Soa a trombeta do anjo.
Desce a caravana humana aos mares.
Morrem Romeus e Julietas.

canarinhos



O amor é como a relação invisível entre os canarinhos.
São só para eles não para humanos.
Porém quem conseguir ascessar essa força invisível em seu mínimo potencial 
ousará a descobrir o amor.

sábado, 23 de dezembro de 2023

A Prostituta

Talvez eu sejas apenas uma prostituta qualquer esperando o bardo solitário passar.
Brincando com meu ego que diz ser eu uma sacerdotisa a esperar a luz nos olho dos discípulos.
Ilusão dos desejos carnais, que tripudiam em meu cerne na briga constante em nega-los.
Na euforia de se deixar consumir pelo fogo que não seja pecado.
Talvez eu seja apenas a prostituta santa. E ponto.
Nem bruxa nem fada.
Apenas a prostituta.
A cigana transgressora a tentar divinizar o eter sagrado da controversas do cosmo mágico.
O ventre sagrado ou a cama quente onde nasce a verdadeira magia.
A prostituta,o vazio não habitado do cheio.

A Mima da Garota

A garota dança na soberda
Na arrogância
Na mima
No melindre
No egoísmo disfarsado de coragem.
Sem cor.
Pálida alma sem rezo
Sem vida entendida.
O que faz então a garota quando tudo vai a baixo?
No fim do poço da realidade?
Vai pra campos frios?
Viaja na loucura da mentira.
Triste ver a vida jovem sem temor.
O temor bom que te faz humano, temer a hipocrisia.
Mas de hipocrisia em hipocrisia a juventude vai se arrastando na falsa tela de cinema.
Na cibernética vida vazia de avareza, ciúmes e recalques.
Vida quadrada,moralista e mediana.
Algodão doce que a qualquer segundo desmancha e não na boca mas no chão.
Dura queda abençoada.
Mas até lá vamos orando pelo salto quântico.

O Beijo



O que é o beijo
O beijo que chora e soluça
Paixão e desejo Misturado no caldeirão alquímico da dor e do amor.
Dilacera a entranha da paz e impulsiona a vida dos enamorados
O beijo é magia de ação
Irmão das lágrimas culposas.
O beijo é verdade por sí, absoluta.
Reina soberano no pecado divinizado
No suspiro do parto
Do partir eterno
De tanto partir se dividi e se despede
Mas continua a ser a força motriz que sustenta o sonho.
Desmascara o impostor 
E queima os viventes.
Mata a sede dos mortos.
Ressuscita o último ser.
Ele vive no brincar da criança, ali! Junto ao carrossel.
Brinda os amigos no Martine embriagante
Sela o afeto da mãe.
Que desce na escuridão dos quartos escuros para acalmar o pesadelo.
Cria força na despedida
E embala a noite bem dormida.
Ah! O beijo
Doce ilusão humana.
Alimenta
Mata a sede
Sacia a vontade e desejos.
Nutre sentimentos.
Talvez não seria romântico se não fosse tão prático
Só um beijo roubado
Só um beijo consentido
Sob a chuva de domingo
Saiba descreve-lo por si só.
Que audácia dos delirantes achar que pode descrever o beijo.
Ele é a medida certa da poção da bruxa, não exige talento mas boa prática nunca é demais.
O beijo, o beijo ele salva vidas.
É bálsamo dos aflitos, que se torturam em redemoinhos malucos.
Liberta do sonho e mostra a saída do labirinto aos valentes.
Talvez pensamento solto: não seja a paz o oposto da guerra ,mas sim ele o beijo.
Pois vejam! Lá vão eles os loucos Hippies colorido se beijando sob o sol do verão.
Resolução, absorção, solução, absolvição, perdão.
Cabe tudo em um beijo, pois ele é proporção áurea.
Energia comunal.
Ato de amor, simples ato de amor.
Abre-se a cortina lá vai ele sendo jogado  para a plateia, carinho e devoção.
Tem ele seu altar particular na pequenez humana.
Patético e mal entendido... O beijo

Ossos da Carroça


Que lugar nos pertence?
Será o ventre materno? Ou o baluarte?
Seguir sem morada, sem espaço e sem pertence.
Será o pertence a arca da aliança?
Onde Salomão esqueceste o seu povo.
Ah!!! 
Alma cigana
Grito, corro, e ainda estou aqui.
O lugar que me pertence.
Essa cripta fédida.
Corte a cabeça, ou corte suas arestas, ela deve caber.
Como os pequeninos pés chineses que se ferem em lótus por amor.
Que lugar me pertence?
A alma errante, a loba famita, a mulher que canta sob os ossos a feiticeira que  agora a vida, a maldição nunca que esquecida.
E o que sobra do podre sarcófago?
São eles os ossos, que te impulsionam e fazem andar, são eles os ossos, que vão batendo suas verdades na carroça 
A caravana continua e a cigana vai ao longe mas ainda escuto seus pensamentos...
Que lugar me pertence?
Que lugar me pertence.
Serra que o morro que uiva? será o mar que silencia?
Será o chão? ou a lua?
 me basta apenas a roda que gira, range e em outra cidadela chega,
Lá vem eles, eles chegaram! 
Fecham as portas e as cortinas.
O que sobra?
Os ossos.
Vai denovo a perguntar...
Que lugar me pertence?
Pelo giro do japamala, pela dança do eteno triskel
Eu não pertenço a lugar nenhum.
E nenhum lugar vem algum dia a me pertencer.
Pq eu sou a que dança a que canta a que silencia e faz ossos sacudirem.
A vida sim me pertence tal qual a morte.
Então que lugar me pertence?
Na forma da não forma, como deter o éter sagrado.
Profana as estrelas rompe o chão de cabo a rabo.
Solte, a cigana.
Ela mesma amontoa seus ossos, ela mesma cuida de seus maldisseres.
Quem entende? Entenderá!
O perfume da Alma errante chega antes em outro canto, se espalhar por ambição e sucumbe no bracelete a "trintrilar" qual espaço aconchegará a magia?
Nas assas de oxorongá vai a maldita.
Pobre cigana um dia entenderá...
Não terá desassossego maior na vida que a morte, ela entenderá, que lugar nenhum a pertence e nem ela a lugar algum, porque a roda da caroça continuará a girar, levantando os mortos matando os vivos, roubando as crianças.
Quem entende? Entenderá!
Minha magia não cabe aqui, então nada cabe no lugar.
Não pertenço a ele porque ele não entende minha magia 
Vai ,vai cigana, leva seu lamento pela madrugada.
Que lugar me pertence? Grita a voz  do silêncio que não chega mais até mim.
Deixa uma flor cair do cabelo, corro pra apanhar.
Não se vá cigana
Claro que vou moleque, quem sabe um dia eu volto cá.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

A Ruina

A jovem bruxa viaja
Por instante sinto
Estou presente.
 A verde grama macia serve de ninho ao casal enlouquecido de paixão.
E é o frescor dela que chega ate mim no círculo mágico, o cheiro embriagante dela, a relva.
A mulher madura e jovenzinho afobado.
Sempre  quiz ser Brida, sempre quiz entender a dança cósmica da bruxa.
A juventude da feiticeira alimentada pelo olhos do menino
Jorra desejo e paixão.
O ato se faz encostados a ruína do castelo
Cumprisse dessa relação? 
Apenas a natureza desconcertante e o tempo.
Hoje posso disser já fui Brida.
Hoje posso agradecer,já fui Brida.
O sonho juvenil sendo presenciado.
Sempre soube de sua chegada.
Sempre esperei e sempre a temi.
Hoje não mais posso, sinto que não devo.
A transgressora; os lençóis do castelo não o pertencem  os perfeitos  seios desnudos macios zombam da ilusória perfeição do percal nobre.
A boca carmim, mais deliciosa que a refeição farta.
Nobre alma errante, andarilha cigana.
Dizem: insana mulher, vejam! O colar de ossos que rodeia seu pescoço como troféu ela expõe.
Hoje não pertenço a nada e a tudo, a ruína... de encosta em encosta, o porto e a ruela
Os becos e favelas gritam no cerne do eu sou.
A transgressoara a transgressoara ruína fala, de sussuros capto só o clamor de desejo.
A noite chega a fogueira acessa, dança em êxtase o divino casal. Os corpos nus volitam em magia.
Inescrupulosos,cruéis tempos.
Empala a prisioneira da paixão.
Transgressoara, bruxa, todos gritam!
O jovem se arremesa da torre mais alta.
Pronto, somos lendas de castelo.
Pronto o jovem príncipe pode viver com a insana bruxa seus delírios pecaminosos na Santa paz da ruína proibida.castelo de cond Bran Romênia 

Desejo

Não sei o que faço aqui
Não sei se faço lá
Foi a lua cheia em áries que fez eu deslocar.
Deitada no sofá da visita.
As indagações, já passaram 
Agora só silêncio na urna sagrada.
Morre a menina!
Nasce a adulta frustada.
Clichês de minha vida.
Dia estranho, sem nexo, sem ponto, perde o ônibus.
Chove, faz sol, para mim  tanto fez.
Não busco mais sentido.
No fim e no começo.
Deslocada, maluca, esvairada, furacão de mulher, diz o espelho.
Minha vida de percas, o que precisa ser feito?
Parar no grito, olhar no rosto do motorista e perguntar:
_ porque me deixastes para trás?
Corri tanto ou pouco? o relógio descompassado, a distração? Tudo isso me fez perder?
Ser passageira do banco de trás.
Como essa posição me doe, sangra a alma da menina, chora a adulta perdida.
Nada posso fazer a não ser esperar outro ônibus que irá me deixar no mesmo lugar, pagar a conta e pronto dormir.
Sonhar com a possibilidade do que poderia ter sido nos.
Será mesmo que eu ficarei bem na sua coleção? Na sua estantes de bibelôs?
Não sei, mas posso essa noite sonhar?
Poderia ter sido casamento, um filho um cão e dias de praia.
Poderia ter sido jantares e cinemas.
Contas atrasadas, compras de supermercado.
Tédio?
Uma vida que seria minha, de tão perfeita, inrritante, a casa perfumada cheirando a água de lençóis caros e a grama plantada no jardim ainda a nascer, o enxoval novo a aliança reluzindo...Não recuso, não recusaria, mas algo pulsa além 
Da casa branca, demodê moderna.
Será mesmo que é isso que desejas? 
Ou aceitaria meu convite a perdição?
O fogo da paixão, meu Lancelote, meu garoto do som, da caixa de meteoro, feliz encontro de te ver amando, mas ainda te desejo,sem poder? Quem dá ou tira a ordem
Desejo, desejo, desejo.
Sei que estás de olhos abertos, deitado ao lado de sua desposada Amanda
A tocando e a beijando
Mas sei que sua mente és minha, queima de desejo e paixão, pelo subjetivo do poderia ter sido assim, poderíamos estar aqui ou ali.
Honro assim a morte da menina.
Se cuide no além criança, nunca mais sentirá deslocada, oro à Persefones, que abra o portão de meu inferno para ti.
Desejo, desejo, desejo.
Colocar minha língua maldita no céu divino de tua boca.
Gosto da casa branca,mas prefiro o preto de seus olhos.
Poderia ser meu bardo e tocar a derradeira cantiga pela morte da menina.
Na sepultura da adolescência, pagar o boleto da vida adulta, da escolha feita.
Voltar a trás?
Ir a diante?
Se o motorista deixar, gritaria eternamente pra compassar meu relógio ao seu.
Mas arder na paixão, da fogueira da bruxa, eternizaria essa relação? 
Possivelmente não
Já não sei.
Consumiriamos até o último oxigênio
E acabaria?
O poderia deixa a incógnita.
Não, não seria o bibelô
Seria o amuleto da porta, a transgressora que pintaria as paredes, baguncaria a cama, deixaria no ar o perfume incomum
Te beijaria a boca com meu batom vermelho, para  te ver manchado, assim como  a cândida casa com as paredes marcadas pelo nosso sexo.
Nada tenho a pedir, por não poder.
Como pedir? Não se case, deixe- me gastar meu batom pelo seu corpo, me perder e me encontrar nele.
Deixe-me chorar em seu colo.
Beijei-me  e esqueça o felizes para sempre. 
Não me importo com o clichê nem com o centro de mesa, joguemos no chão.
Não posso, porque talvez te ame de verdade e estou feliz pela sua escolha. 
Mentira!
A revolta me faz disser: mentira! 
Quero a casa branca, quero a cama, quero você.
Quero arder no céu, mas como almejar os dois?
O tédio e a louca paixão não cabem em uma só vida.
Escolheste ou a vida nós fez assim? Fazer escolhas sem querer? 
Escolheste a bruma branca da tranquila vida cotidiana mundana
Eu sou a bruxa maldita que baila como labareda no teu sonho sensual e te faz acordar assim, molhado do desejo do poderia.
Eu não tenho escolha, eu sou o problema inrresoluto.
A flor do libido, na pele morena.
Ah Lancelote! Como te quero!
A porta do inferno se abre, arremesso a pura criança alí e não olho para trás.
Não posso te pedir, mas ela grita do lado de lá das chamas do pecado...desejo, desejo, desejo.

Poetisa Torta

Quero ser verdadeira.
Quero ser perfume.
Quero ser jasmim.
Quero ser batom vermelho.
Trinta e poucos.
Com poucos amigos.
Com poucos argumentos.
Nada me sobra e nada me resta.
A não ser a escrita a ponta de pena.
Pena da cigana.
Pena da andarilha.
Pensas que tem pena.
Mas nada sabe dos seus jardins.
Sol e chuva cheira forte.
Cheira a vida da bailarina.
Cheira escrita velha.
No sebo da minha vida.
Ah! meus trinta a poucos.
Sem ouro nem prata.
Sem diademas ou conquistas.
Sem pataco o que me resta?
Só a minha escrita.

As bandas de Minas

As bandas de minas queria beijar o rio primeiro, o mar de janeiro.
Então soprou os ventos de Iansã e  mesmo assim não conseguiu.
Por isso as bandas de minas que não era bobo nem nada, fez suas montanhas de cabo a rabo, pra dividir são Paulo, pra esse não entrar de bicudo no romance.
Então as bandas de minas fez seu mar de montanhas pro rio ver ele e não se esquecer desse amor impossível e é assim,venta daqui e chega lá, venta lá um beijo da carioquinha cheio de vontade de abraçar seu amor menino.
E chega aqui como brisa que toca levissimas as montanhas de minas, promessas vivas do desejo, de um dia chegar lá.
Maroto moleke, as bandas de minas.

Carta ao humano

Prezado ser humano.
      Escrevo para lhe pedir que reflita sobre quem tú és.
      Você é sagrado e profano é o meio da encruzilhada de oroxoquê.
      É projeto do desejo da ordem em meio ao caos existencial.
     Dizem que tú és poeira cósmica, um amaranhado perfeito de sistemas, uma alma que habita a dualidade, para expereciar a matéria.
    Viva a matéria, sinta o vento, o sol a lua as estrelas a chuva e o silêncio, o cotidiano da cidade e a natureza que nos conecta. Reze e dance a vontade.
      Portanto reflita e respeite-se, você é todo colorismo, todo gênero e toda forma de amar, és arco-iris cósmico de Oxumarê.
      Astei para sua vida a bandeira fûnfû de oxalá, leve afrente o opaxorô de oxalufã.
     Como diz Simone de Beauvoir "Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre".
   Ah! Meu querido ser humano, clichê perfeito da obra da minha mente onipotente. Que surfa na Bruma quântica do ser e não ser, da terceira dimensão.
   Você pode ir além, mas que continue sendo, diversidade, minha pluralidade divina.
     Encerro minha singela carta a tí, na esperança de que aqueça os corações frios  dos que fazem guerra, desequilibram o sistema, corruptos seres que também amo.
      A todos seres humanos, sejam livres!

Poema da "Nadrugada" dislexa

Queria terminar um livro
Mas é só mais um poema solto na "nadrugada".
Um poema que esconde o pecado
O desejo e o vício 
Um poema recalcado e cheio de imperfeições.
Queria falar de mares e navios
De Nárnia
E contos belos de fadas
Um poema que falasse a fantasia.
Mas creio que ele não nascerá.
Na "nadrugada" da bruxa somente palavras soltas.
Pensamentos desalinhados ,caldeirões sobrreaquecidos.
Talvez falte ou passe o ingrediente na poção.
Um poema sem nexo e valor.
Vai sendo preenchido pelo som chato do teclado.
Poema que poderia falar de Peter pan e os segredos da Jurema.
Poderia falar de relicários escondidos no vale dos reis.
Mas será só mais uma folha preenchida na "nadrugada" infinita onde os pontos e virgulas não fecham.
Falta o beijo e falta o desejo do poeta.
Será que é assim?
O poema chega de qualquer jeito? 
Não importa a falta e a farda? Ele chega na "nadrugada" e na luz solar.
Vem poema da "nadrugada" preencher as pobres folha sudordinadas da bruxa recalcada.
Vem poema eu lhe forço, forjo e crio na criogenia do druida. 
Na alquimia das palavras.
Soltas frases na "nadrugada", criasse um poema disléxico.
Quem entende não entenderá a menos que a conjuração faça- se de trás pra frente.

O Sigilo

Sopra a madrugada, o ar quente de novembro.
O sigilo apavorado ainda não é sigilo.
Na boca da bruxa o poder.
O mistério e o segredo brincam juntos no caldeirão alquímico da encantadora.
Benção ou maldição?
Esconjura o sequestrador.
Maldiz o tempo que rompe como um galope feroz de cavalos indomáveis em uma praia desertar.
A madrugada rouba a bruxa que fascina de desejo por ela.
Diz a madrugada: quero te ver bruxa!
Um beijo sedento de interesse e curiosidade.
Silêncio.
Sigilo.
Magia.
A bruxa dança com a madrugada, ambas se sequestram.
Dançam livres nessa hora, ao som de "thriller"
E pensam! Não deveriam existir vizinhos.
Poderiam esperar juntos ao nascer do sol.
Mas a madrugada se vai.
A bruxa também, a coruja a chama.
Realidade braze.
Foi um instante mágico,um ato livre, uma conexão inenarrável.
A bruxa e a madrugada se amando.
Sigilo.