Contudo, escrevo.
O frio da morte e o calor da vida são experiências únicas.
De repente os relâmpagos cortaram o céu.
Estava em trabalho de parto...
em que parto eu e minha alma estariam?
Que experiencia se revive e revive e no entanto parece sempre a primeira?
Que experiencia se revive e revive e no entanto parece sempre a primeira?
Em que caldeirão se mistura dor e amor no mesmo milésimo? Somente nas águas da vida tamanha mistura poderia acontecer.
A noite começava e as dores aumentavam.
Começo a aprender algumas coisas.
vagarosamente acontecia a dilatação, com certeza se estenderiam pela madrugada.
Compreendo a força do sagrado feminino, não é o 'pecado original' que fez com que a mulher sofresse para dar a luz, nós sofremos porque nos orgulhamos de sermos mulheres e gostaríamos de mostrar nosso valor, de honrar a concepção e não negar o valor do sexo realizado.
Não esconder e punir a vida e sim sentir-la nas entranhas.
E da onde veio o termo dar a luz?
Não sei ao certo, mas toda criança que nasce aqui nesse planeta é a luz é a esperança de um projeto maior.
Não sei ao certo, mas toda criança que nasce aqui nesse planeta é a luz é a esperança de um projeto maior.
Percebo todos os detalhes do quarto, todos os sons e cores.
Eu estava presente, em um êxtase pela dor me vi em uma gira em um ritual de magia sagrada.
Percebo-me, sinto-me e sinto parte de um plano maior de um ritual inenarrável.
Despi-me para entrar na água quente do chuveiro, por segundos a dor passou, a água batendo em minhas costas forte me deu forças para continuar minha jornada.
Jornada que se encerrou as sete da manhã...
jornada que estenderia pela minha vida sem fim.
Ciclo mágico.
Rompe-se o som.
E na minha mente soava um mantra;
É hora de nascer é hora de nascer...
" A bruma leve das paixões que vem de dentro, tú vês chegando pra brincar no meu quintal. "
É hora de nascer é hora de nascer...
" A bruma leve das paixões que vem de dentro, tú vês chegando pra brincar no meu quintal. "
