terça-feira, 3 de novembro de 2020

O SAMHAIN NO PENHASCO

 

Dançando a beira do penhasco estou, junto a Morgana, ela não percebe minha presença na sua consciência, pelos seus olhos vivo e danço em volta do ser mágico — O Fogo— nos o veneramos e respeitamos, pelo seu brilho e seu ensinamento, dançamos, dançamos e dançamos, estamos nele, o deus que imunda tudo, que erotismo frenético na beira do tudo e do nada.

  A chuva cai finíssima e fria nos faz acordar sinto os pés voltando a terra molhada, sinto que fomos beijadas pelo oculto, estamos novamente vivas, passamos pelas nuvens da morte e contemplamos nos braços do deus que tudo iguala e equilibra, diz Morgana ainda em êxtase:

  Oh! Deus da morte, como foi quente nosso encontro.

Continuo aberta as sensações, viva novamente estamos com um perfume divino que trazia a sensação de juventude trasbordada em um ímpeto de bravura.

Fria e em completo equilíbrio com a deusa minha mãe terra, nessa sintonia e contemplação, percebo as cinzas da fogueira de Samhain e percebo que nada está morto realmente nada! Tudo foi consagrado e regenerado pelo fogo:

— Morto é que nada está! a força da transformação já havia chegado. Diz Morgana.

Pegamos as cinzas, ela vagarosamente vai se esvoaçando ao vento frio do penhasco, fazendo viver e bailar divinamente na escuridão além do mar... 

( FRAGMENTO DO LIVRO: A BRUXA DO PENHASCO).