Dançando a beira do penhasco estou, junto a Morgana, ela não percebe minha presença na sua consciência, pelos seus olhos vivo e danço em volta do ser mágico — O Fogo— nos o veneramos e respeitamos, pelo seu brilho e seu ensinamento, dançamos, dançamos e dançamos, estamos nele, o deus que imunda tudo, que erotismo frenético na beira do tudo e do nada.
A chuva
cai finíssima e fria nos faz acordar sinto os pés voltando a terra molhada,
sinto que fomos beijadas pelo oculto, estamos novamente vivas, passamos pelas
nuvens da morte e contemplamos nos braços do deus que tudo iguala e equilibra,
diz Morgana ainda em êxtase:
— Oh! Deus da morte, como foi quente nosso
encontro.
Continuo aberta as
sensações, viva novamente estamos com um perfume divino que trazia a sensação
de juventude trasbordada em um ímpeto de bravura.
Fria e em completo
equilíbrio com a deusa minha mãe terra, nessa sintonia e contemplação, percebo
as cinzas da fogueira de Samhain e percebo que nada está morto realmente nada!
Tudo foi consagrado e regenerado pelo fogo:
— Morto é que nada está! a
força da transformação já havia chegado. Diz Morgana.
Pegamos as cinzas, ela vagarosamente vai se esvoaçando ao vento frio do penhasco, fazendo viver e bailar divinamente na escuridão além do mar...
( FRAGMENTO DO LIVRO: A BRUXA DO PENHASCO).