quinta-feira, 25 de abril de 2024

PODERIA

O passado doce adolescente me beija no pub.
Lembro de você; doce nostalgia embriagante do perfume do pub.
Lembraça sem nome do seu rosto sem rosto.
Poderia... Rodeia-me
A luz do poste me lembra as serenatas.
O ar frio do interior.
O coração quente do verdadeiro amor.
Não leve a mal, mas eu só queria rolar com você no jardim dos devas.
Tocar o som da noite e ascender a fogueira de Bel na cama quente de Danu.
Mas então estou aqui, a nostalgiar o tempo que não se vai.
Portais ,são portais e sempre estarão abertos.
Pra mim e para você a bruxa e o bardo.
Como não existir pierrô?
A Colombina deixa os dois, para beijar a si, na noite mágica.
Nada de alerquim,nada de palhaços ou romances adolescentes.
A vida dura do metal das portas de Asgard me conta em sussuros que portas se fecham.
Apague a luz, vou dormir aqui mesmo na coxia do palco que ainda não se abriu.
Poderia...

A PAZ

A paz não admitida está na alma do pub.
A alma do poeta, do boêmio e da dor.
Solidão?
Paz?
Essa tal solitude?
Medo?
Vida?
O pub respira o perfume da bruxa.
No polo petroquímico dos anos 70.
Só com o som do Metal de Metálica e do bandolim do bardo.
Ah! Saudades dos teus olhos.
Olhos azuis de mirtilo que deixei no vale dos devas.
Ah! Pub, traga-me a verdade do vinho.
Vamos bailar na noite mágica.
Tú inspira paz.
Silêncio.
Ah! Paz...será mesmo que um dia a bruxa terá?
Terra pulsa a chamar, lá vai ela, dançar no eter da mágica paz 
Ah! Paz...tu existe?
Talvez Beire a a eira do Pub.
Talvez esteja a paz em comer o mirtilo ao invés de poetizar.
Comer o cerne e arrotar a  tal solitude.

domingo, 14 de abril de 2024

ALIMENTAR

Como o teatro que é mágico.
Devagar em ondas de Buarque.
No pub escuro, hoje falante.
Alegre festivo, familiar.
Sinto- me vazia.
Como a taça do bom vinho português.
As verdades vem, como marolas 
Nostaugica maresia de Sintra.
Essa pode ser a gota que falta para o mar desaguar.
Mas de lá só tenho o vinho.
Ou não tenho nada?
Esperar... Que o choro acabe a olhar o sol frio desse lugar.
Ouço a bandinha tocar.
Ouço coração a chorar.
Chorinho no samba.
Esperar...esperar...
Moça não alimente esperança.
Moço não alimente desejo.
Não amar é morrer de fome.
Que ladainha.
Que sofrimento.
Mas pra que? Insistência de Amar.
Não amar.
Ah! Mar! Vermelho purpurina da costa Portuguesa, como a áurea do poeta ruivo.
Estar e não estar a degustar.
Deságuar pesar.
No samba vou mesmo me amargar.
Me amar.
Não nos amar.
Mar agridoce da vida boêmia.