terça-feira, 3 de novembro de 2020

O SAMHAIN NO PENHASCO

 

Dançando a beira do penhasco estou, junto a Morgana, ela não percebe minha presença na sua consciência, pelos seus olhos vivo e danço em volta do ser mágico — O Fogo— nos o veneramos e respeitamos, pelo seu brilho e seu ensinamento, dançamos, dançamos e dançamos, estamos nele, o deus que imunda tudo, que erotismo frenético na beira do tudo e do nada.

  A chuva cai finíssima e fria nos faz acordar sinto os pés voltando a terra molhada, sinto que fomos beijadas pelo oculto, estamos novamente vivas, passamos pelas nuvens da morte e contemplamos nos braços do deus que tudo iguala e equilibra, diz Morgana ainda em êxtase:

  Oh! Deus da morte, como foi quente nosso encontro.

Continuo aberta as sensações, viva novamente estamos com um perfume divino que trazia a sensação de juventude trasbordada em um ímpeto de bravura.

Fria e em completo equilíbrio com a deusa minha mãe terra, nessa sintonia e contemplação, percebo as cinzas da fogueira de Samhain e percebo que nada está morto realmente nada! Tudo foi consagrado e regenerado pelo fogo:

— Morto é que nada está! a força da transformação já havia chegado. Diz Morgana.

Pegamos as cinzas, ela vagarosamente vai se esvoaçando ao vento frio do penhasco, fazendo viver e bailar divinamente na escuridão além do mar... 

( FRAGMENTO DO LIVRO: A BRUXA DO PENHASCO).





quinta-feira, 17 de setembro de 2020

BANIMENTO


Vou banindo pelo fogo. 
Vou banindo pela água. 
Salve as guardiãs dos mares. 
Salve as guardiãs das fogueiras. 
Purificai-nos. Salve Nossa Senhora das Candeias. 
 Eu saúdo o novo em mim. 
Salve Nossa Senhora da Purificação. 
Abro o portal da primavera. 
Espanto o frio do inverno. 
Germino o bem, faço o bem. 
Varre, varre com a força da figueira. 
Espiral, espiral ergo a palha no portal.





quinta-feira, 27 de agosto de 2020

DEUSA BASTET

 27/08 dia da deusa bastet




Bastet
, BastUbastiBa-en-Aset ou Ailuros (palavra grega para "gato") é uma divindade solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres grávidas. Também tinha o poder sobre os eclipses solares. Quando os gregos chegaram no Egito, eles associaram Bastet com Artemis e ela deixou de ser a deusa do sol para ser a deusa da lua...


segue link do blog: Egito Antigo

https://www.egitoantigo.net/bastet-deusa-egipcia.html

terça-feira, 18 de agosto de 2020

HECATE

 Dia 13 de agosto foi dia da deusa grega Hecate.


Senhora da encruzilhada da magia e do submundo.
protetora diária do parto e da casa.
Salve as trabalhadoras de todos os dias, da encruza e do cemitério, as queridas e mal interpretadas Pombogiras.
Filhas dos mistérios de Hecate.
As ninfas da mitologia.
Filhas do amor de oxum e da magia de Yamin Oxorongá.
Independeste das eras e do panteão, elas estão ali.
mulheres firmes para trabalhar pela magia da fecundidade na terra pela terra.
Mulheres que amam de verdade, tem princípios, hora e ideais.
Que possamos sempre nos abastecer de seus exemplos e usufruir da magia natural de mulher, rainhas, feiticeiras, deusas.




FRAGMENTO LIVRO DAS SOMBRAS 2


hoje 17/03/2014
É lua e ela nasceu dourada e está agora prateada.
Sinto como se tudo que tinha para ser escrito já foi escrito, já passei por muitas experiências
E hoje sou saudades...
Saudades  do penhasco, do sol brando, do mar azul claro, que ornava com minha capa  azul  escura royal, da floresta e do caldeirão.
Venho tudo isso e vejo muito mais em sonhos devaneios hora certos e incertos.
Sou um amontoado de vida em uma garota brasileira  de classe media que tem 23 anos, sou do signo de peixes e estou passando por um ano pessoal nove, estou a beira, portanto de um penhasco, estou prestes a ser meu verdadeiro ser.
A religião da natureza é bela,nos tornamos agentes curadores, possuidores de poderes herdados por direito do ser que nos criou, a deusa se manisfesta quando estamos em sintonia com a força criadora e refletimos assim nosso verdadeiro ser.
Tão belo é tudo que vejo e quero passar a vocês leitores; mas ainda estou em processo de reconhecer, as brumas ainda são densas.
Abro o circulo mágico, usando pedras normais, entre elas desenho um triskele de proteção, quero contar sobre um aluz que sempre vejo, de cor verde, depois mudando para azul e roxo, ela fica ali a minha frente e não desaparece com o fim do circulo mágico, somente depois de alguns minutos ela se vai...
O que será?
O intuito do livro é transmitir, então relato essa experiência, para que fique assim registrada. 


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

LUMINOSO SER

 Tua  luz brilha, mesmo quando não a queres, mesmo quando não vês.

Poderás esconder-te de tí.

Mesmo apagando todas as tuas lamparinas, cobrindo com véus as tuas estrelas azuis.

Mas quando te distraíres, por segundos, ao som de uma cação que invoca a luz do amor.

Saberás que brilhaste.

Se neste momento, puderes soltar tuas amarras, feito uma águia;

Voar pelo teu universo interior verás quão luminoso é o teu ser. 

De: José Virgílio 



fragmento do livro: A Bruxa do Penhasco.

Por consentimento do autor.






sexta-feira, 24 de julho de 2020

A ANCIÃ - NANÃ, A MÃE DA TERRA

 ... A casa cheia de regras e ela a anciã sempre de costa para a porta da cozinha, o aroma de seu caldeirão, suas poções e unguentos...
fragmento extraído do livro: A BRUXA DO PENHASCO.

Aproxima- se o dia de Nanã buruque.

Para mim Nanã, representa a força da ancestralidade, a energia que "decanta" energias densas e purifica sem muda-las, ela é o poder da própria alquimia divina, que transforma sem modificar a essência de quem realmente somos, seres divinos, encarnados em matéria pesada para nos reconhecer como tal.
Não existe transformação,existe conscientização.
Salubá nana e seu barro, matéria primeira da criação.
passe-o sobre mim e me mostre meu verdadeiro eu.
Dela também vem o conhecimento dos oráculos, ela sabe dos mistérios da criação, sussurros das runas universais, pois ela faz parte do inicio do meio e do fim.
O poder da bruxa anciã, em todos nós.
A voz que guia com sabedoria de quem já viveu e passou por vários, ciclos.
zeladora da roda constate de vida e morte terrestre.
Pois tem em seu elemento o principio da vida (água) e da morte (terra) mas sem ela, a terra, como renascer?
somos filhos dela, dessa imensa massa azul, que chamamos de terra.
Nos reconhecermos como tal é o primeiro passo para a elevação do espirito.
No conceito do estudo dos passes magnéticos,não exite um passe que seja puramente " limpo" vindo da energia vital, nos somos receptáculos, no qual decantamos essa força, não a modificamos mais acrescentamos fluidos anímicos a ele, pois se assim não fosse não conseguiríamos absorver.
 Assim como na respiração celular, também é esse conceito, assim como os nutrientes entram na célula pela membrana celular e são "transformadas" em energia pela mitocôndria, assim é esse processo, a anergia entra "pura" absorvemos e passamos para quem está a nossa volta com um pouco de nos.

Mágico? cientifico? energético? 
Bem !!! disso tudo, podemos constatar que o que podemos fazer é ser melhores receptáculos, parar de jogar lixo nos outros e de os produzir em nos. Não é errado passarmos um pouco de nos aos outros, isso é um caminho mágico e sacerdotal, mas devemos saber o que doamos ao próximo.
Nanã é a força que molda nossa membrana, se tornar flácido ou rígido depende de nosso propósito, com quais energias nos agrega  o que passa por nos. 
Perfume ou veneno?
Por isso as anciãs, as bruxas, as sábias, sempre tinham consigo, o remédio e a sicuta, tinham o conhecimento disso, o dizer popular que não importa o frasco, nem todo ele é verdadeiro, o frasco importa sim, é ele que irá conter, não tirando mérito do conteúdo, é claro, mas a vida útil da poção depende e muito do frasco bem escolhido.
Me entenderam?
O que hoje nos tornamos faz cada dia mais, sermos de "plástico", inúteis, o conteúdo então nem se fala,.
Que possamos entender essa magia, voltarmos a alquimia primeira e verdadeira, entender, que decantando nosso ser, sem perdemos a essência é um dos primeiros passos, para a real magia.
Somos filhos da terra, somos terráqueos, porém temos em nós a centelha do universo divino, mas não somos o todo, somos parte, e tal equilíbrio é o que nos faz evoluir.
voltar-se para essa questão é se voltar para os primórdios de nossa criação.

Nanã, mãe da terra, que todos os dias possamos nos decantar em seu pântano.



sábado, 4 de abril de 2020

TÂRO - O ENFORCADO

origem do simbolismo da décima segunda carta do târo
12º letra hebraica - LAMED 

O lamed designa hieroglificamente, o braço.daqui a ideia de toda coisa que se estende,se ergue,desdobra-se como o braço; também esta letra tornou-se simbolo do movimento expansivo.
Este simbolo aplica-se a todas as ideias de extensão, ocupação, de possessão. como simbolo final, a imagem de poder que deriva da elevação.
A expansão divina na humanidade se faz pelo profetas e a revelação. Daí a ideia de lei revelada.mas a lei revelada acarreta o castigo para aquele que a viola ou a elevação para aqueles que a compreende, daí as ideias de castigo, morte violenta, voluntária ou não.
O lamed, letra simples, corresponde astronomicamente aos signos zodiacal da balança.

décima segunda carta do târo: o enforcado

um homem pendurado por um pé, de uma trave que se apoia sobre duas arvores, tendo cada uma, seis ramos cortados.
As mãos deste homem estão amarradas nas costas, e seus braços dobrados formam a base de um triangulo invertido e a cabeça dele é vértice. Os olhos do enforcado estão abertos, seu cabelo loiro fluta ao vento. Sua perna direita se cruza sobre a esquerda para formar uma cruz.
Este enforcado serve de exemplo aos audaciosos e suas posição indica a disciplina, a submissão absoluta que o humano deve ter perante o divino.
A decima segunda carta do târo representa o poder equilibrador por excelência. Ela neutraliza as oposições da decima e decima primeira carta.
  • Equilíbrio da necessidade e da liberdade.
  • Equilíbrio doa força e da coragem. Reflexo da prudencia.
  • Equilíbrio da manifestação potencial e da vida refletida. Reflexo do fluido astral.


A força equilibrante

A força temperante é o ultimo termo do segundo setenário.
É por ela que o astral vai se realizar para passar aos físicos,para passar do mundo da conservação e da recepção(segundo setenário 1º ao 12º) para o mundo da transformação (terceiro setenário 13º ao 19º).





Quando se reúne toda a simbologia do 12 em culturas diversas alcançamos o número do justo, do equilíbrio e a elevação total, completa. Este é o número do zênite do sol, o momento em que ele atinge seu ponto mais alto, uma metáfora para a maior luz que se pode obter, a iluminação total.






  •  referente ao portal astrológico do dia 04/04/2020


  • referencia bibliográfica: Târo dos boêmios - PAPUS, editora ícone, ano 1992










domingo, 29 de março de 2020

MINHA EXPERIÊNCIA COM O MUNDO CIGANO


O universo espiritual se revelou a mim desde os dois anos, quando que me ocorreu um acidente que quase levou a óbito um ser tão pequeno e miúdo, quando interpelada somente dizia que foi a" mamãe do céu me tirou de lá".
Desde de criança era magnetizada pelas questões ciganas, usava uma sai de minha mãe e tamancos dourados e fugia de casa, o vizinho me pegava e dizia: vamos pra casa ciganinha,já fugindo novamente?
Quando adolescente era assinante das revistas de horóscopos, fazia as simpatias e tudo desse universo,usava "balangandãs", trançavam meus longos cabelos e minha pele morena e olhos amendoados, faziam suspirar os garotos, a tal beleza exótica emanava dos comentários.
Mais sempre, agora vejo, que essa comunicação, nunca foi evasiva, nunca me levou a questões energéticas perigosas, sempre foi guiada com amor e respeito.
Sempre com bons conselhos e pensamento.
O baralho sempre teve em minha vida, seja o taro de mais fácil acesso e seja o cigano, que agora me traduz, sempre fui aquela que as amigas procuravam para coisas espirituais.
Não tive nenhum contato com ciganos físicos, a não ser aqueles poucos encontros com uma ou outra cigana pedindo comida na porta ou vendendo algo, não me passavam medo e sempre nutri respeito, mas nada que eu possa dizem a vocês de sobrenatural, aliás, meu pai teve um encontro que é dígino de ser escrito.
Um dia andando nas ruas, uma cigana pediu para ler a mão, mesmo sem querer ele se deixo levar, o que ela lhe disse ficaria em segredo até a alguns anos atras, ela previu que ele tinha um filho, dada a época minha mãe estava gravida de meu irmão e que ele não viveria muito, morreria jovem, bem assim cumpriu seu destino, meu irmão morre aos vinte anos, em plena beleza e juventude.
Quando meu pai, volta para rever a cigana, ele não mais a encontra, até hoje não sei se ela seria uma cigana em terra, encarnada ou um espirito andante, que nada mais fez que talvez alertar!
Não sei se era preciso ele saber, não sei se teve alguma intenção de protege-lo ou se apenas foi palavras jogadas ao vento.
bem, voltando a minha experiência, conheci o espirito cigano Sarita, em um tempo que pude ter contato com o ritual de umbanda, ela se apresentou, era tão eu, tão meus desejos, minha persona, que foi difícil compreender, mas fácil de aceitar.
Ela é tão luz na minha vida que precisaria de mais uma publicação para falar sobre esse tão grandioso espirito.
Por hora encerro, dizendo que minha experiência com esse mundo cigano não poderia ser a melhor.
"Sou poeira, sol e lua, na caminhada dessa existência."



O PODER DA MULHER NA CULTURA CIGANA

Infelizmente depois de uma vasta pesquisa é com pesar que escrevo que não imaginava que a mulher cigana seria tão marginalizada.
Procurando as raízes da cultura cigana chegamos a cultura indiana que horrorizadamente trata as mulheres como títulos de pose.
Muito se está sendo feito para proibições e leis sejam cumpridas a favor dos direitos femininos.
Visto que na cultura cigana existe todas as obrigações femininas que existe na cultura indiana, porém sinto uma certa flexibilidade a mais, alguns clãs ciganos aceitam o divórcio e alfabetização das crianças, porém a menina é retira da escola assim que acontece a primeira menstruação, para cumprimento dos deveres do casamento.
Ainda hoje existe na índia as atrocidades contra as mulheres assim como:  
estupro, uso de ácido, assedio sexual, obrigações de dotes, assassinatos de honra e prostituição, casamento infantil,
aborto seletivo por sexo,violência domestica, proibição de entrar em templos, acusação de bruxaria (lixamento) e o uso da obrigatório da ghunghat.

As mulheres ciganas, tem obrigações do casamento, da virgindade, da subordinação a família do marido, de engravidar e a sociedade tem a predisposição a querer o filho home assim como na índia, tendo até uma lei que proibi o médico a revelar o sexo da criança, mais todas as leis existentes são de difícil cumprimento.
Porém gostaria de dizem que existem muitas mulheres que se destacaram na índia e o acesso as faculdades estão cada vez mais sendo preenchida por elas.
Espero que todas  mulheres possam se destacar.
O importante é manter a fé no propósito feminista, usufruindo do que é de bom na cultura e modificando o que não presta, a ferida viva da sociedade, a crueldade o machismo por trás de vans moralismo que matam mais que a taxa de crescimento populacional.
Que o poder feminino, volte a ao seu lugar, que a matriarcalidade reine e ensine a magia natural e místico de ser mulher, mostrando orgulho e garra pelo ideal amoroso e recíproco.
A mulher tem uma grande ferramenta que auxilia esse poder, o oráculo, tem um papel importantíssimo no que diz respeito ao grau de hierarquia, somente a mulher é dado o poder do jogo e é dela o poder do aconselhamento.
Que a mulher seja em qual tribo e perante qualquer lei possa compreender que o poder da criação é nossa, o ventre é livre e esse poder não pertence a mais ninguém, a nossa mente o nosso corpo e nossa dignidade é poder nosso.
Essa é a lei natural.



Sarojini Naidu, poeta e combatente da liberdade, foi a primeira mulher indiana a se tornar presidente do Congresso Nacional da Índia e a primeira mulher a se tornar governadora de um estado na Índia.

sexta-feira, 27 de março de 2020

A HERANÇA DA CULTURA INDIANA

Pela conclusão de que o povo cigano se originou da Índia.
Podemos ver não só na linguística mas nas suas crenças e cultura que se originou e moldou ao longo da diáspora.
um dos pontos que podemos descrever é em relação a ideia de crãs, castas e tribos fazendo suas leis e tabus em relação a sociedade socialista - cooperativista que vivem, com leis sobre casamentos, divórcios, posses, bens.
O senso de justiça e ordem hierárquicas faz com que possamos ver claramente essa ligação.
As roupas que mostra as funções, qualidades, posses e graus dentro da vida social, exemplo disso é o tipico sári indiano nos remete também claramente a felicidade das cores que somente tem o tingimento do oriente.
Em relação aos brincos, colares, pulseiras e tatuagens tudo tipicamente ritualísticos e nos remente também a cultura oriental.
O conhecimento astrológico, erveiro e oracular também não podemos deixar passar.
 O arquétipo físico, nos mostra desse povo o mínimo, a pele morena, cabelos escuros e olhos gatinhados nos lembra uma era que vive na poeira do tempo.
A fé em santa Sara Kali, aquela que nos remete a deusa Kali, que faz louvar a fogueira tipicamente acesa e lembrada pelos ciganos.
O que dizer do cheiro? do cheiro de jasmim, lótus e sândalo, pés no chão e olhar nas estrelas.
O ideal máximo de vida cíclica, representado pela roda da carroça expressa o conhecimento da roda de samsara, o todos os conhecimentos orientais nesse sentido no qual mostra o poder sobre o destino, o carma e a busca incessante do Darma, mostrando um profundo conhecer das leis espirituais de causa e efeito e tratados cármicos e reencarnacionista.
Concluímos então que a maior herança de suas raízes e o alto ideal de espiritualidade e conexão com a chama única, a esperança e a força de sempre olhar para frente e seguir o caminho da jornada LIBERTADORA por natureza, sentida pela sinceridade da alma cigana. 

quarta-feira, 25 de março de 2020

A DIÁSPORA DOS CIGANOS

Nomadismo e Diáspora

Pensando na diáspora dos ciganos, vem em mente ao meu entendimento que eles seriam sumérios, ou povos remanescentes do Egito (de grande grau de conhecimento magístico) que deixaram suas raízes para seguir sua primeira diáspora junto a moisés e as novas leis de um deus; E no decorrer do tempo também afastando dessa concepção se perderam ou se encontraram em sua própria construção de cultura e sociedade,porém estudos de DNA e fonéticos linguísticos deu fim as especulações confirmando a procedência desse povo que é indiana.

FONTE:
https://trilhas.diogenesjunior.com.br

A história dos ciganos é toda baseada em suposições.
E a razão é simples: faltam documentos.
Os ciganos são um povo sem escrita.
Eles nunca deixaram nenhum registro que pudesse explicar suas origens e seus costumes. Suas tradições são transmitidas oralmente, mas nem disso eles fazem muita questão — os ciganos vivem o hoje, não se interessam por nenhum resquício do passado e não se esforçam por se manterem unidos.
A dificuldade em se fixar, o conceito quase inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte — eliminando todos os pertences do falecido — dificultam ainda mais o trabalho aprofundado de pesquisa.
Pouco se sabe sobre a origem dos ciganos — que, assim como quase tudo que diz respeito a eles, está marcada por fantasias.
Alguns dizem que eles descendem de egípcios do tempo dos faraós. Outros, de uma região conhecida como “Novo Egito”, na Grécia — daí a palavra “cigano”, que vem de “egipciano”.
Essa história, contudo, é totalmente descartada por estudiosos do assunto.
Para eles, os ciganos teriam vindo do Paquistão e do norte da Índia, nos atuais Rajastão e Punjab.
A maior prova disso vem de estudos linguísticos.
O romani, a língua falada por eles, possui grandes semelhanças com o hindi, falado na Índia.
A análise biológica corrobora essa tese.
Um estudo realizado com integrantes de comunidades ciganas da Europa demonstrou que era possível traçar a origem indiana de boa parte dos ciganos pesquisados.
Uma teoria, contudo, é aceita pela maioria dos especialistas. A partir da constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelos rom, o maior dos grupos ciganos) e hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da Índia, onde hoje fica o Paquistão), foi possível elucidar a primeira e grande diáspora cigana.

Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando o sultão persa Mahmoud Ghazni invadiu e dominou o norte do país.
De lá, emigraram para a Pérsia, onde hoje fica o Irã.
A natureza nômade de muitos grupos ciganos, entretanto, também permite supor um movimento natural de imigração que tenha chegado à Europa conforme suas cidades se desenvolviam, oferecendo oportunidades de negócios para toda sorte de viajantes e peregrinos.
É provável que, pelo caminho, por volta do século 15, tenham passado pelo Pequeno Egito, uma região do Peloponeso, no interior da Grécia.
Pelo menos era de lá que eles diziam vir a quem perguntava a sua origem.
Daí o nome gypsy (em inglês), ou gitanos (em espanhol). Mas, antes disso, ainda no século 13, um documento escrito por um patriarca de Constantinopla já advertia sobre a presença dos adingánous, um povo errante que, dizia, ensinava coisas diabólicas.
O registro é o primeiro a tratar os ciganos de forma pejorativa e a registrar o medo que as cidades europeias sentiam de suas caravanas.
Era o começo da sina cigana.
Ciganos, ao contrário dos judeus, nunca demonstraram um desejo de ter o seu próprio país, assumindo-se párias. Nas palavras de Ronald Lee, escritor cigano nascido no Canadá, “a pátria dos roma é onde estão os meus pés”.
“Desde o início do contato com o Ocidente, eles foram causa de conflitos, provocadores de desordem e subversivos ao sistema. E sofreram todo tipo de perseguições religiosa, cultural, política e racial”, diz Aluízio Azevedo, mestre em história cigana pela Universidade Federal de Mato Grosso e ele mesmo um cigano calon (veja mais abaixo na postagem a divisão dos grupos ciganos).
É difícil saber o que veio primeiro: hábitos pouco ortodoxos ou o preconceito em relação a uma cultura tão diferente. Os ciganos tinham a pele escura, muitos filhos, uma língua indecifrável e origem desconhecida. Talvez a falta de oportunidades de emprego tenha sido a causa do seu destino artístico. Eram enxotados e então se mudavam, levando novidades dos lugares de onde vinham. Assim, surgiu a fama de mágicos, feiticeiros. Se todos acreditavam nisso, por que não aproveitar para fazer dinheiro? E, então, as mulheres passaram a ler as mãos, a prever o futuro. Negociar objetos era outra forma de sobrevivência: os ciganos tinham acesso a mercadorias “exóticas” e podiam levar sua tralha para onde quer que fossem.
Os bandos que chegavam ao continente europeu eram liderados por falsos condes, duques ou outros títulos de nobreza. Observando os peregrinos europeus, que entravam e saíam facilmente das cidades, copiaram a ideia de salvo-conduto — uma espécie de pai do passaporte.
Os ciganos inventavam que seus documentos haviam sido expedidos por Sigismundo, rei da Hungria. 
Justificavam a vida nômade dizendo que bispos os haviam condenado a peregrinar durante 7 anos como penitência pelo abandono da fé cristã. 
Alguns dos salvos-condutos permitiam até que furtassem quem não lhes desse esmolas. Uma tática para aumentar a chance de ser aceitos nas comunidades, fazer negócios e exibir seus dons artísticos. Até que a farsa acabava e eles pulavam novamente para outra cidade
Durante a Reconquista Cristã de 1492, na península Ibérica, árabes, judeus e ciganos foram expulsos — muitos deles vieram para as Américas. Um século mais tarde, eram varridos da França, por Luís 12, e da Inglaterra, por Henrique 8º.
Logo depois, a rainha Elisabeth a decretou que ser cigano era crime punido com morte.
Uma das lendas que surgiram nessa época, e que até hoje perdura, é a de que um dos ferreiros que fizeram os pregos que prenderam Jesus na cruz era cigano.
Por isso, sua gente teria sido amaldiçoada com uma vida nômade.
E dessa forma construiu-se a imagem de povo errante, místico, perigoso e contraventor.
Assim, no contato com as imagens construídas e alimentadas no Ocidente, foi criado o conceito de um povo cigano.

NOMADISMO E DIÁSPORA CIGANA

Nomadismo e Diáspora

pensando na diáspora dos ciganos, vem em mente ao meu entendimento que eles seriam sumérios, ou povos remanescentes do Egito (de grande grau de conhecimento magístico) que deixaram suas raízes para seguir sua primeira diáspora junto a moisés e as novas leis de um deus e no decorrer do tempo também afastando dessa concepção se perderam ou se encontraram em sua própria construção de cultura e sociedade,porem estudos de DNA e fonéticos linguísticos deu fim as especulações confirmando a procedência desse povo que é indiana.
Diante de vários romantismos e fantasias deixo aqui um estudo muito serio,encontrado na internet e de grande valor histórico- antropológico e filosófico.



Revista ANTHROPOLÓGICA- Ano 2015




Sugestões para se estudar os ciganos : Jéssica Cunha de Medeirosa, Mércia Rejane Rangel Batistab

Neste artigo buscou-se analisar a forma pela qual os ciganos vivem, concebem e expressam as experiências de frequentes deslocamentos ao longo dos séculos.
Para evitar cair no dualismo sedentarização/ nomadismo, propomos uma aproximação entre a experiência judaica da diáspora e o nomadismo cigano, de forma a perceber o que aproxima e o que diferencia nestes casos.

Pensando a experiência nômade cigana em contraponto à diáspora judia.
Historicamente aqueles que foram chamados de ciganos ou gipsyes foram colocados em situações nas quais o exercício de deslocamento é parte constitutiva da prática cotidiana e familiar, atribuindo-se assim ao nomadismo uma característica intrínseca a condição cigana.


No entanto, muitos dos fluxos migratórios dos ciganos, se deveram, em muitos casos, à perseguição étnica, a insegurança aos conflitos gerados pela presença destes em locais que redundara numa não aceitação por parte da população abrangente, de forma que o assim chamado nomadismo se instaurou numa prática que não resultava necessariamente na paixão pela viagem e sim, como uma resposta quase obrigatória. Ao mesmo tempo, nesta complexa relação que se estabeleceu entre ciganos e não ciganos, a associação entre ciganos e viagem, ciganos e estrada, ciganos e deslocamentos, tornou-se

uma reivindicação e uma aceitação dos próprios ciganos como forma de se caracterizar face aos outros.

Assim o nomadismo, a nosso ver passa a ser uma questão essencial (já que em sua maioria, os mesmos se afirmam enquanto “um povo nômade”) para compreender a dinâmica espacial (e identitária) dos ciganos hoje.
Os grupos ciganos adaptados a novas circunstâncias, nas quais este ‘passado’ permanece sendo um elemento extremamente significativo, na medida em que serve como parâmetro de diferenciação entre ciganos e não ciganos.
Aqui podemos nos perguntar como os ciganos se reconhecem sem estar dentro desse modelo político clássico ?
Com isso acabamos nos debruçando sobre a condição vivida pelo povo judeu, o que nos ajudou a pensar a experiência do povo cigano – melhor dizendo – a maneira pela qual a experiência se elaborou para os próprios ciganos e para aqueles que os tem enquanto um tema.
Iremos assim dialogar com o conceito de diáspora para pensar esses processos de deslocamentos, muitas vezes emigratórios.
Construindo identidades em deslocamento.
Na atualidade, majoritariamente toda emigração tende a se auto representar como uma diáspora.
Segundo Sorj, “as diásporas se transformam em fatores de importância crescente na política nacional”, já que: “(...) novas identidades diaspóricas está relacionada à transferência de uma massa de populações no mundo contemporâneo, aos novos sistemas de comunicação e transporte, à crise do estado-nação como principal foco de normatização ideológica e ao deslocamento da criação de identidades dos marcos políticos e ideológicos tradicionais”.
Os grupos ciganos podem e se encontram neste contexto no que diz respeito aos seus frequentes deslocamentos ao longo dos séculos, pois é exatamente nas situações das mudanças que atravessam os estados nacionais que vamos nos deparar com processos que abrangem populações ditas tradicionais envolvidas em demandas por reconhecimento, dentro outros, de diversidade étnica.
O que temos entendido é que as diásporas tem sua ocorrência como estrutura de organização que comportam tanto a solidariedade em condições adversas, como também a mobilidade social, além da integração no sistema do poder, o que pode também implicar na participação nacional e internacional no sistema político.
A ideia da diáspora pode de certa forma, ser pensada em relação às populações ciganas, seja se tratando de representação e construção de identidades coletivas, aproximando-se aqui da questão do nomadismo.

Diáspora e nomadismo seriam não só condições efetivamente experimentadas, como também imagens e retóricas que definiriam as possibilidades e ação e organização.
Estamos aqui diante de contextos sociais e políticos que muitas vezes se cruzam na diáspora e no nomadismo por percorrerem existências que se fundaram numa estrutura
de poder, em que tanto os judeus na diáspora como os ciganos no nomadismo, até os tempos modernos, sempre viveram estigmatizados e numa profunda insegurança, onde os estados nacionais faziam e fazem um esforço sistemático de separá-los do resto da população circundante, através da imposição de imagens e identidades que produzem efeitos de separação e estranhamento.
As nações não são apenas entidades políticas soberanas, como bem sugere Benedict Anderson (1991), mas ‘comunidades imaginadas’ pois depois de tantas ações emigratórias de entrada e saída de ciganos nos países, de determinados estados virarem sua residência, de construírem um circuito nesses estados, e a partir disso transitarem por estes, e nas trilhas desse processo ter movimentos constantes de expulsão e afastamento, demarcando entre o estado nacional e essas comunidades uma fronteira visível de posições de poder.


Como pensar uma nação neste ‘todo complexo’ de populações que entram, saem, se identificam e, no entanto, demarcam uma identidade distinta, em uma política nacional que exige quase sempre (e automaticamente) uma unidade e homogeneidade identitária? Onde começam e terminam suas fronteiras? Percebemos que essas comunidades transnacionais vêm se constituindo como uma rede e enquanto um local de memória, se estruturando enquanto um canal crucial entre dois lugares: estar na comunidade e estar inserido no estado nacional.
A nação comumente fez um movimento de expulsão e negação desses povos enquanto parte da mesma, sustentando a experiência de perseguições e afastamento dos mesmos, forçando-os a uma mobilidade frequente.

Assim, “as diásporas dessas minorias não constituindo uma política realmente autônoma tiveram que conviver e aceitar contextos políticos diferentes, dentro de um realismo pragmático” (Biale 1987). 

Emergem desse modo, diferentes fontes de identificação, forçando um elo de pertencimento que, ao invés de terem sido interrompidos por suas experiências diaspóricas, se fazem cada vez mais fortes, unidos por uma raiz familiar e profundamente ligada por uma memória de deslocamento, em que parece não precisar viajar muito longe para que esta não só seja experimentada, como também mantida

numa íntima união com a própria noção de si.
A identidade cultural dessas comunidades na diáspora, não pode ser pensada no sentido de estar primordialmente em contato com um núcleo imutável e atemporal, ligando-os passado, futuro e presente, numa linha ininterrupta e os vinculando a uma ideia de origem. Segundo Stuart Hall: “[...] a identidade é irrevogavelmente uma questão histórica.

Nossas sociedades são compostas não de um, mas de muitos povos. 
Todos que estão aqui pertenciam originalmente a outro lugar".

Os grupos ciganos são alvos recorrentes da representação de indivíduos estrangeiros, que vem de outra terra, trazendo consigo a sabedoria de uma ‘sorte futura’.
Dessa forma segundo Ferrari (2006), a partir de um ideário Ocidental algumas pátrias são referenciadas como locais de origem do povo cigano, sendo o Egito e a Índia, não por acaso as mais acionadas, pois são por excelência as terras a partir das quais construímos o ideal de terras estranhas e exóticas.

Em muitas literaturas do inicio do século XIV, os escritores fazem menção a grupos de acrobatas e malabaristas de origem egípcia que transitavam na atual região da Europa, daí o termo Egyptian, que parte de uma crença histórica que os ciganos teriam habitado a região do Pequeno Egito na costa Peloponesa.
Tempos depois, no final do século XIX, a partir de pesquisas linguísticas indicariam a Índia como ‘origem dos ciganos’, afirmando que os ciganos só poderiam ter alcançado a África pela Espanha, consequentemente,depois de cruzar toda a Europa.

Estes discursos construíram no imaginário ocidental associações quase que automáticas, do povo cigano com estes lugares, pontuando também uma frequente mobilidade nas descrições e que, repetitivamente, demonstram a diáspora dessas populações por vários lugares do continente Europeu.
Os ciganos, de modo distinto dos judeus, mesmo sendo associados a um lugar de origem (sujeito às divergências), e estando "espalhados pelo mundo", não se pensam nem se reivindicam como afastados de uma ‘terra natal’.

Os judeus, ao longo da história, são associados e se associam a ideia de uma ‘terra natal’, que é mantida na memória, e que indicaria um lar ancestral, que mesmo não mais presente, permanece como um laço indissolúvel, unindo todos os seus membros, dispersos neste movimento diaspórico. (Safran 1991).
No entanto, segundo Cohen (1997) que se contrapõe a essa perspectiva, seu conceito de diáspora faz uma critica aos discursos de origens fixas, enquanto leva em conta o desejo por um ‘lar’, o que não é a mesma coisa que o desejo da ‘terra natal’ pois, segundo ele, ‘lar’ seria equivalente ao significado de local de origem, de assentamento, ou um local nacional ou transnacional.
Para Avtar Brah que rompe também com essa conexão de diáspora e ‘terra natal’:

“Onde está o lar? De um lado, ‘lar’ é o local mítico de desejo na imaginação diaspórica. Nesse sentido, é o local do não-retorno, mesmo que seja possível visitar o território geográfico concebido como o lugar de ‘origem’.

Por outro lado, lar é também a experiência vivida de um local.
Seus sons e aromas, calor e poeira, noites aprazíveis de verão, ou a excitação da primeira caída de neve, noites geladas de inverno, céus cinzentos e sombrios em pleno meio dia… Tudo isso, mediado pelo cotidiano historicamente específico das relações sociais” (Brah 1996).

Os debates acerca do conceito de diáspora implicaram na delimitação das características que possam definir o que seja ou não uma diáspora, e que podem então corresponder a uma memória coletiva e a um mito sobre a terra natal, incluindo aí a sua localização, a história e as realizações, indicando uma idealização de uma terra ancestral putativa e de um compromisso coletivo de cultivá-la ou mesmo recriá-la.

O que gera o desenvolvimento de um movimento de retorno que recebe aprovação coletiva, sendo então uma fonte de consciência grupal étnica sustentada sobre o longo período de diáspora e baseada num sentido de diferença face uma história comum, além da crença de um destino comum.
Só que podem se apresentar enquanto fenômenos sociais heterogêneos.
Como indica Sorj, as explicações sociais sobre a experiência judia se referem não a uma última definição sobre diáspora, mas é preciso principalmente analisar os processos sociais e históricos, da variedade de modelos e de construção de instituições a ela associados, considerando as características específicas que estes grupos constroem em diferentes contextos sociais.
Apesar de se reconhecer que a experiência judaica é central na construção do conceito de diáspora, é importante considerar a diversidade de correntes no judaísmo moderno que procuram enfrentar o problema do sionismo, a experiência do Bunda que não prioriza o retorno à terra natal, mas de autonomia cultural em torno da língua iídiche na Europa Central e Oriental, e o judaísmo reformista, que renunciou na sua fase inicial as expectativas de retorno a Sion.

A experiência nômade dos ciganos no Brasil, considerando-se a discussão sobre a diáspora judia, pode nos ajudar a compreender como muitas vezes as experiências se assemelham em alguns contextos e como o nomadismo assumiu contornos e organização diferentes do que se entendia sobre o mesmo. Partindo das leituras e das pesquisas realizadas, podemos afirmar que os ciganos provavelmente apareceram pela primeira vez na Europa no século XV (Borges 2007), onde se apresentaram como peregrinos e leitores da sorte; são descritos enquanto viajantes exóticos, de pele escura, liderados por homens
que se intitulavam condes, príncipes e capitães.

O que nos interessa aqui pontuar é que os ciganos aparecem a partir de certo tipo físico e estão associados ao deslocamento: percorriam o território Europeu, sob a proteção de Salvo-Condutos Imperiais ou benefícios papais, que alcançaram seu auge no século XV, vinculados à prática natural do período, com o objetivo de proporcionar teto, alimento e agasalho aos peregrinos em sua jornada.
Essa prática era utilizada como instrumento de prestação de contas à Igreja, num mundo de lógica medieval, pautada na “aguda consciência do pecado” e na “certeza do castigo”.

Tal assistência não perdurou por muito tempo, pois já durante o século XVI, a Igreja Católica, assim como os protestantes e calvinistas, passaram a perseguir cruelmente os ciganos.
Para a sociedade envolvente uma das maneiras de lidar com estas pessoas implicava em classificá-las como marginal e por isso merecedoras de castigos, pois estamos em sistemas sociais homogêneos, sociedades estamentais.

Por esta razão, instauraram-se práticas que permitiram se livrar destas pessoas, porque não tinham lugar fixo, documentos, trabalho e nem reivindicavam uma história distintiva e oficial – e que por isto incomodavam tanto – foi o degredo para outros países a solução, a fim de livrarem-se de uma vez por todas deste ‘problema’.
Degredar os incômodos foi, pois, uma ordem de controle acionada para a construção da ordem da colonização. (Goldfarb 2004).
Assim como os judeus, os ciganos foram perseguidos pelos nazistas, e centenas de milhares deles foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial.
Depois, principalmente nos países comunistas, foram alvo de duras políticas de assimilação, como esterilizações e proibição de suas atividades culturais.
Tentativas de descaracterização cultural e contenção da população também foram aplicadas contra os ciganos em séculos anteriores na Europa.
Mais recentemente, a crise econômica e o avanço do discurso de extrema-direita têm reforçado a não aceitação de ciganos no continente...


Keywords: Gypsies; Nomadism; Diaspora.
Recebido em novembro de 2014.
Aprovado em agosto de 2015.

quinta-feira, 12 de março de 2020

MEDITAÇÃO OLMECA

Os Olmecas foram um povo altamente desenvolvido que acreditavam que o verdadeiro significado da existência consistia em participar, propiciando a manutenção e o desenvolvimento da ordem Cósmica. Existem evidências que indicam que os Olmecas desenvolveram sistemas meditativos cujas instruções se encontram gravadas nas grandes estátuas de pedra que esculpiram. 
Possivelmente, eles foram os originadores do xamanismo no México, cujos representantes, todavia existem. 
A meditação Olmeca implica em um manejo corporal muito interessante no qual se tem um efeito vitalizador, de rejuvenescimento e de manutenção de um estado de saúde ótimo. 
De fato, se diz que a meditação Olmeca se praticada de forma constante durante cinco anos, seu efeito é o de manter, em forma permanente, a juventude. Para praticar a meditação Olmeca, se utiliza a postura sentada, com as costas retas. 
O meditador começa fixando a atenção do seu corpo, concentrando-se primeiro em sua coluna vertebral. Visualiza esta última e imagina uma luz, ou energia que gira ao redor da coluna, em direção contrária ao dos ponteiros do relógio, ou seja, para a esquerda.
Este giro se realiza por toda coluna, desde sua base até sua inserção no crânio. O giro se faz envolta da coluna de cima para baixo, de baixo para cima, até estendê-lo por toda a extensão da mesma.
Na medida em que o giro exterior continua, tenta-se penetrar na coluna vertebral fazendo-a girar para a esquerda - mas em seu interior. Se o meditador tem êxito, logo notará que toda sua coluna vertebral manifesta um giro sustentado para a esquerda em toda sua extensão e longitude.
Quando se alcança isto, então a atenção se fixa no cérebro, também o fazendo girar para a esquerda.
O giro cerebral se inicia com uma estratégia similar à utilizada na coluna vertebral; ou seja, primeiro o meditador visualiza uma luz ou energia que rodeia o cérebro girando para a esquerda e pouco a pouco faz o giro penetrar até o interior da massa cerebral, até que cubra toda ela, em cada uma de suas partes, gire para a esquerda. Mais adiante, utilizando um procedimento similar, se atende a cada órgão do corpo: coração, pulmões, estômago, intestinos, órgãos genitais, etc, e os faz girar para a esquerda.
Por último, o giro se estende para as pernas, braços, tórax e, geralmente, a todo o corpo. Não existe limite de tempo para manter o giro para a esquerda, ainda que se recomende dois períodos de giro de vinte minutos cada um, como mínimo suficiente para começar a sentir os benefícios derivados desta prática.

(MEDITAÇÃO XAMÂNICA - Capítulo XXII do livro La Meditación, de Jacobo Grinberg-Zylberbaum, UNAM e INPEC, México, 1991. )

SAUDADES DOS TEUS OLHOS

Saudades dos teus olhos.
Meu amor !

A saudade alimenta o sonho quero estar, certa, agora com você.
Você esta tão longe, mas nosso amor nos uniu.
Quero estar com você.

Quero viver com você.
Na união das almas construir, céu de estrelas, todos os dias.
Te amo com devoção, não consigo mais estar longe.
Seja no mar em fúrias ou na calmaria.
Quero estar com você, meu porto seguro.
Amar sonhar com um futuro que esteja nos dois aqui...
Simples, Sempre, Sua.