quinta-feira, 25 de julho de 2024

Alimentar

O que sobra é aquilo que alimenta.
O que nós alimenta é também nossa sina.
Bendita, santa, profana.
O laço que tú queres, alimentar.
É o seio farto da mãe do mar.
É o seio murcho da imigrante a gritar.
Joguem ao mar!
De angústia se faz, terra á vista!
Vida silenciada.
Boêmia, sofrida.
Barganha.
Para que? Alimentar.
Terra feita de América.
Sonho vendido, iludida.
Café, leite e polenta.
Cortiço, casarão, solar.
Banco, praça.
Suspirar.
"Ore pro nobis" na capela à brilhar.
O que sobra? É a busca
Do alimentar.

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