sexta-feira, 12 de julho de 2024

Sentir a Cor

O sono invade, depois do bom chá, mas a vontade de escrever ainda me faz ir além.
Não tenho mais você, nem mesmo a estória a se criar.
Nada faz sentindo, nada mais me apetece 
Nem a cor nem a folha que cai, não modulo nesse mundo.
A magia poderia me levar.
Mas não sei pra onde.
Talvez para o meu quarto adolescente, talvez para o reino das fadas.
A espera do portal estou, aquele que abre em mim a cada milênio como a flor de lótus do imperador.
Nem o roxinol canta.
Não há alegria que aprisiona a beleza.
Não há espelho mágico que mate o simplório e bom.
Nada me apetece, nem brilho nem fuligem.
Tudo parece enganador.
Talvez eu volte a desvendar mistérios de Agatha Cristian.
Talvez eu volte a colorir as bordas do meu caderno.
Talvez eu volte a sentar em bancos.
Talvez eu volte a sentir a cor.
Mas agora sem você.
Porque a cor que tu via não era a mesma que eu sentia.
Sei que não entendeu.
Mas eu só queria estar com você a beira do penhasco, em uma choupana europeia e você fosse colher lenha para a ladeira.
Eu só queria sentir a cor da nossa cumplicidade envelhecida nas nossas mãos entrelaçadas.
E rir de tudo com o mesmo tom adolescente no qual sentavamos no sofá, para deliciarmos com chocolate.
Mas talvez eu entenda ... A cor que a vida ainda pode ter, agora sem você.
E eu só queria sua boca em mim eu só queria seu olhar me zelando e suas mãos construindo.
Vou ascender a lareira que ainda não foi construída e...sentir a cor de estar só.
Criar algo e me sentir, antes que pensamentos ágeis roubem o sono que agora chegou.

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