quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

A MINHA ESTÓRIA SEM FIM

Então vamos lá!
Disse ao gato, que se recusava a levantar da beira do caldeirão:
- Gato dorminhoco! Irei arrumar outro amigo e quando assim eu fizer não adianta ronronar atrás de mim.
Mas nem adiantou; o gato afrontoso, deu-lhe um miado e se enrolou de novo, confortavelmente em seu mundo.
A bruxinha de dez anos, deu as costas e saiu pelo castro costeiro de baronã a queimar a cuca em pensamentos de qual animal seria seu novo amigo, foi ao encontro do mar, mas não tirou as sandálias, o mar não a interessava, não naquele dia cinza na antiga Galiza.
Então a bruxa ruiva, rumou para a floresta, talvez sim aquele dia seria mais interessante lá, talvez um troll apareceria para ela ou talvez  ainda uma fada, mas dessa ela tinha medo, pensava e pensava...
Essa é a nossa bruxa galega, ela tem cheiro de blueberry.
O dragão também tinha dez anos.
Tinha saído do ovo há alguns dias, se sentia só, porque seus irmãos ainda não tinham rompido aquela casca rosa de bolinhas amarelas e sua mãe ainda estava lá a cuidar, mas ele saiu antes, se sentiu corajoso, queria ele sentir os cheiros, queria ele ver as cores, queria ele um...amigo.
Sentiu o cheiro da floresta úmida, o cheiro do cogumelo e o seu cheiro, ele não sabia mas era um doce cheiro de algodão e vanilla.
Aprendeu o dragãozinho a ficar invisível e sua mãe o alertou do bicho humano.
A cor azul predominava na suas escamas, fruta cor.
Era um bichinho lindo de se vê.
Mágico e sensível.
Batia as asinhas e comia cornus.
Mas ainda se sentia só.
Então a bruxa ruiva se dirigia a floresta, gostaria de contar que foi um espantoso encontro, cheio de "de repente" mas foi algo bem normal.
Se olharam e se estranharam.
A bruxinha perguntou a sí mesma que animalzinho seria aquele, já tinha ouvido estória sobre, mas achou que "aquilo" seria pequeno demais pra ser o terrível dragão, que seu avô Alan contava.
Mas depois dele sair de trás da árvore e ficar visível novamente, não teve mais dúvidas, era um bebê dragão.
Para ambos a visão era linda de se vê, ele fruta cor ela vermelha que só.
Foram se aproximando e a bruxa corajosa, passou a mão nas frias escamas.
Ele reparou nas cores dela, o cabelo vermelho, o rosto pintadinho, branca e com os olhos azuis como ele, o vestido também branco a capa também era azul, pensou ele a humana deve gostar da cor azul, então ela gostou de mim, mas nem de longe era o terrível humano que a mãe alertou, ela era ainda um bebê humano.
Então será que poderiam ser amigos?
Andaram juntos pela floresta e ele foi até perto do castro, ela lhe mostrou o mar e contava sobre tudo do seu pequeno mundo. 
Sim eles se tornaram amigos.
E o gato da bruxa, nem ligou, continuou a dormir, quando avistou o dragãozinho olhando pela janela 
Para o dragão era incrível, ela cheirava blueberry.

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