quarta-feira, 26 de maio de 2021

PELOS NOSSOS AVÓS

 
       Nada melhor que um dia de eclipse lunar para escrever, sagitário está retrógado e daí?
Eu também ando sendo, me escondendo de meu potencial, minha luz e minha missão, que guerreiro não se silencia antes da batalha? Que bruxa não aproveitaria esse momento para se resgatar? O que vejo pelo contrario são manuais de como fazer isso ou aquilo nessa noite de lua de sangue, que hipocrisia hostil, cada uma que se sinta no seu silêncio de seus sangues.
        A tentativa de continuidade é presente na humanidade desde muito tempo, não é por acaso que ofertamos rosas aos namorados e crisântemos a defuntos, as rosas não duram assim como a instabilidade dos sentimentos já os crisântemos esses sim duram, na tentativa de dar o ultimo suspiros seus para o ente querido, dissemos a eles, vivem, durem resistem assim como esses fedidos crisântemos.
        Quando nos deparamos com a morte algo em nos nasce; não estou a escrever sobre quando descobrimos uma doença terminal ou uma grande batalha, estou a disser sobre a real morte, aquela que devemos aceitar, o medo da morte, a finitude, essa aceitação que nos faz questionar sobre o dia do nosso nascimento e o tempo que não podemos desperdiçar mas teimamos em assim fazer.
         Penso em meus avós e é por eles que escrevo esse novo projeto, PELOS NOSSOS AVÓS, porque sinto que estudando sobre os ensinamentos e vida deles, poderei me fortalecer para a aceitação do fim, mas hoje estou começando e todos dias nascemos porque aceitamos morrer, quem assim não faz não experimenta a plenitude da vida, da constância do nascer e morrer, como as borboletas nos ensinam, como a constante metamorfose de nossos avós nos ensina, qual foi a caminhada deles para chegarem a serem nossos avós, será que ele pensavam em nós? Será que eles se alegravam e tinham medo de um dia seres avós? Afinal de quantas lutas e silêncio e de eclipse precisamos para aceitarmos o fim?
         Busco o exemplo por eles, porque quem eles foram são as sobram e a luz que carregamos, quem eles esperaram serem são os nossos sonhos, o presente que vivemos, não teria outra palavra para o presente que a própria, somos o presente de nossos antepassados. E a honra? Onde fica? Por elas devemos nos guiar? A honra é a expressão que faz sentido a constância da vida, sem ela perdemos as diretrizes de quem somos para sermos o que a sociedade espera que sejamos, nossos avós já sabiam o que iriamos ser e o que não iriamos, eles sonharam por nos eles nos deixaram pisas, eles continuam a nos conduzir, e isso não é ruim, isso não é determinismo isso é livre expressão do “eu sou” é a síntese do nosso DNA, é o caminho das estrelas das ligações para o ser magico que habita em nós, potência, o segredo está na genética não só física mas espiritual, o caminho das pedras esta no cerne familiar e nas entrelinha dos contos e não contos contados pelos nossos avós.
           As doenças, as pragas, os sonhos, as dificuldades, as expectativas, tudo está em nós pelos o que eles foram, pelos seus desejos e recalques, então é pelas lutas e honra que podemos limpar todos miasmas e adentrar o mistério das ligações, mudar o padrão genético, equilibrar e absorver a essência aceitando assim a finitude.
            Pelos nossos avós, entender o começo, viver o sagrado presente, curar as feridas, organizar a casa e estar prontos para o fim. Por isso hoje escrevo, influência dos astros? Talvez? Desejos que nem eu mesma sabia brotam, insights?  Inspiração? Sim porque estava aberta a recebe-los?  Porque hoje é necessário crescer, aceitar, me ver pequena como o tal grão de mostarda e nesse sentimento de pequenez, gratidão e honra, renascer mais um dia, porque entendo, aceito o morrer, por mim, pelos que virão e por aqueles que se foram, pelos nossos ancestrais, pelo nossos avós.  

 

 DATA: 26/05/2021  HORA: 11:30
ELAINE VILELA SOUZA

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